Foram realizadas atividades de campo em comunidades de Bragança e Nova Olinda, no distrito de Augusto Corrêa, abrangendo visitas a produtores locais. O objetivo é produzir diagnóstico socioambiental da região para implementação de ações do PlanBio na região nordeste do Estado.
A visita incluiu um olhar atento sobre a produção artesanal de farinha, um produto com Indicação Geográfica de Bragança, reconhecida pela qualidade e importância cultural. Thiago Brito da Silva, produtor local, compartilhou os desafios diários enfrentados. "Eu faço cerca de 100 kg de farinha por semana, mas a maior dificuldade hoje é a falta de mão de obra e maquinário. Com mais mecanização, a produção poderia ser muito mais eficiente", afirmou Silva, evidenciando o potencial de crescimento econômico, caso haja apoio técnico e investimentos em infraestrutura. Seu relato destaca um dos objetivos da ação em campo, identificar gargalos e promover soluções para aumentar a competitividade dos produtos locais.
De forma semelhante, a aquicultura também é avaliada pela equipe da Semas. Miguel Reis, produtor e representante da Agromar (Associação dos Agricultores e Aquicultores de Nova Olinda), trouxe uma perspectiva otimista sobre as ações de diagnóstico. "Nós estamos vendo o crescimento da nossa produção, mas ainda há muito a ser feito para atender à demanda. No momento, temos mais de meio milhão de ostras em cultivo, mas não conseguimos comercializar para fora devido à alta demanda local", explicou Reis. Seu depoimento enfatiza o papel da bioeconomia não apenas como um modelo de desenvolvimento, mas também como um caminho para consolidar cadeias produtivas sustentáveis na região amazônica.
A presença da equipe técnica da Semas reforçou a importância de se realizar um diagnóstico detalhado da produção local. Marcel Assis, técnico em gestão ambiental da Gerência de Bioeconomia da Diretoria de Planejamento Estratégico e Projetos Corporativos (DPC-BIO) da Semas, explicou que o objetivo é mapear as dificuldades e potencialidades dos produtores da agricultura familiar, identificando oportunidades para incluir essas cadeias produtivas no PlanBio. "A ideia é fortalecer a produção local e fomentar um portfólio de bionegócios que possa ser articulado com parceiros do setor financeiro e de inovação", afirmou ele.
O processo de benchmarking - uma avaliação em campo comparativa de práticas e resultados - foi apresentado como uma ferramenta para promover a inovação e a sustentabilidade nas comunidades visitadas. Ao identificar boas práticas e adaptá-las ao contexto local, o PlanBio busca criar um ambiente de aprendizado colaborativo que possa impulsionar o desenvolvimento de novos produtos e mercados.