CONTROLE
05 de fevereiro de 2021 | Governo do Estado de Rondônia
De acordo com o coordenador do Programa de Vigilância e Controle dos Quirópteros (morcegos) da Agevisa, Antônio Salviano, o risco ocorre devido à grande concentração de variadas espécies atraídas pela grande oferta de alimentos, como insetos e frutos de árvores utilizados na arborização das cidades, em forros de edificações, juntas de dilatação de prédios e casas abandonadas, que servem de abrigos para esses animais. “Não são somente cães e gatos os transmissores da raiva, os morcegos, independente do hábito alimentar também fazem parte desse grupo”, alerta.
TRANSMISSOR DA RAIVA
Todo morcego encontrado com hábito fora do normal, ou seja, voando durante o dia, caído dentro de casa ou no quintal é considerado suspeito de estar contaminado com o vírus da Raiva. Salviano esclarece que as Unidades de Vigilância de Zoonoses enviam amostras de morcegos, periodicamente, quando o dono da propriedade rural ou de uma edificação urbana comunica ao setor de Controle de Zoonoses do Município sobre a presença do animal suspeito. Neste caso, a equipe técnica vai ao local e remove o morcego, enviando a amostra para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
“Nem sempre o exame aponta que o animal está contaminado com a Raiva. Pois, às vezes, outras ações de manejo podem estressar uma colônia (meio de convívio dos morcegos), como por exemplo, o ato de desalojar esses animais de um abrigo, deixando o animal desnorteado. Mas, geralmente, o morcego quando é encontrado caído, tem uma grande possibilidade de ser portador do vírus rábico. Um dos primeiros sintomas que é observado no morcego contaminado é a falta de coordenação motora, perdendo a noção de voo, caindo e encontrado geralmente em locais não apropriados, pousados sobre objetos ou no chão”, detalhou.
O coordenador informou ainda que, ao ser confirmado laboratorialmente o animal positivado para o vírus da Raiva, um trabalho de investigação ecoepidemiológica é iniciado com o estudo de agressões causadas pelo morcego a humanos e animais domésticos (cão e gatos), vacinação de bloqueio de foco nos animais domésticos e ações de Educação de Saúde, realizadas na área do foco e entorno.
ALERTA À POPULAÇÃO
É importante que a população esteja atenta quanto aos hábitos fora do normal do mamífero voador. Ao ver um morcego voando, alimentando-se durante o dia ou caído no chão, é preciso que seja comunicado com urgência ao Departamento de Controle de Zoonoses do município ou à Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ). No caso da Capital, comunicar a Regional de Saúde para que seja feita a remoção do animal e, posteriormente, seja encaminhado para exame no Lacen.
O trabalho de monitoramento dos registros de agressões a humanos e animais domésticos, capturas e remoção de morcegos, coleta de material, acondicionamento e envio de amostras e monitoramentos do resultado das amostras no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) do Estado, é realizado pela Agevisa, em conjunto com órgãos de vigilância municipal.
CUIDADOS
Antônio Salviano orienta às pessoas para manter a calma quando verem um morcego caído, debilitado ou vagando pela casa. É importante que o animal seja isolado, colocando um pano ou uma caixa sobre ele, para evitar o contato direto e manter os animais domésticos ou de criação rural (bovinos, equinos, muares, suínos, caprinos e ovinos) vacinados. O Departamento de Controle de Zoonoses deve ser comunicado imediatamente. Outro detalhe que não pode ser esquecido é que a salubridade, a sanidade e o controle de vetores e pragas nas residências, ou em qualquer outro ambiente, é de responsabilidade do proprietário.
“Morcegos não gostam de luz”, pontua o coordenador. Ele indica iluminar locais externos, como varandas, jardins e quintais. A instalação de telas também impede a entrada do animal nas residências. Bebedouros usados para atrair pássaros, também atraem morcegos e precisam ser retirados à noite.
“Tomando as medidas cabíveis e assim que for constatado o resultado positivo para Raiva, a equipe de vigilância em saúde (Zoonose), determina a área de foco, executando as ações de investigação epidemiológica, vacinação de bloqueio de todos os animais domésticos (área urbana num raio de 400 metros e rural 12 km, da origem do foco), para evitar a proliferação da doença. É importante reforçar que a raiva mata se não houver tratamento adequado a tempo (tratamento profilático antirrábico humano), que consiste na prescrição de soro específico para o vírus, e algumas doses de vacina a serem aplicadas à pessoa agredida por um animal silvestre”, observou Salviano.
Além da raiva, os morcegos também podem transmitir outras doenças, como por exemplo, a histoplasmose e esporadicamente a criptococose, por meio dos dejetos que caem do forro das edificações, quando contaminados com fungos. O mau cheiro liberado pela presença de colônias de morcegos no forro incomoda, mas a fuligem (pó) que cai do teto (forro), nos pontos em que eles estão mais concentrados, pode acarretar a contaminação de objetos e pessoas.
Apesar desse cenário que chama a atenção, de acordo com a Agevisa, o último registro de caso de raiva humana em Rondônia foi em 2004, transmitido por um cão contaminado com o vírus rábico, no município de Pimenta Bueno, ou seja, apesar do registro da circulação de algumas variantes do vírus rábico no Estado, a raiva humana continua controlada. Isso mostra a eficiência das ações de Vigilância em Saúde executadas pela Agevisa e secretarias municipais de Saúde.
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Fonte
Texto: Jaqueline Malta
Fotos: Daiane Mendonça e Arquivo Agevisa
Secom - Governo de Rondônia