PREVENÇÃO
08 de outubro de 2020 | Governo do Estado de Rondônia
As serpentes são os animais peçonhentos mais comuns encontrados em
Rondônia, com 495 casos de acidentes nos últimos 3 anos
Com a chegada do clima chuvoso aumentam os riscos da presença de animais
peçonhentos em casas e apartamentos, especialmente os localizados próximos às
áreas verdes e regiões próximas a igarapés ou córregos.
Em Porto Velho existem dois canais que cortam a cidade em sentidos
opostos, o que representam, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia,
os locais mais propensos para o aumento do número de ocorrência no período
chuvoso. “Quase todos os bairros da capital tem alguma nascente próximo, ou ali
mesmo, a incidência é bem ampla dentro do espaço territorial da cidade”,
enfatiza o major e diretor de Comunicação do Corpo de Bombeiros, Iranildo
Dias.
CAUSA
A temperatura normal dos animais é diferente. O que é considerado febre
nos humanos, pode ser muitas vezes a temperatura normal para algumas
espécies. “A temperatura dos animais varia conforme o ambiente, como
normalmente eles ficam em valas, tocas e lixo, quando começa a chover,
geralmente esses lugares tendem a ficar muito úmidos e frios, então eles saem
desses lugares para locais mais quentes, e até mesmo para tomar sol, e é nesse
momento que acontecem os incidentes. Se o animal é acostumado num ambiente
escuro, tipo uma toca, se enche de água, ele vai procurar outro ambiente escuro
sem umidade. E vai achar o que? Um sapato, guarda roupas, uma gaveta, um novo
montante de lixo e assim por diante”, disse o major.
Além disso, o ambiente que facilita a presença de roedores e insetos,
que na cadeia alimentar são conhecidos como presas são ambientes favoráveis e
podem servir de habitat para animais peçonhentos e não peçonhentos.
Com a umidade, animais peçonhentos vão em busca de lugares secos e quentes |
Escorpiões, aranhas, lacraias e até serpentes são os animais mais comuns
que costumam buscar locais secos para se proteger e acabam se tornando um
perigo, especialmente para crianças e até mesmo para animais domésticos.
DADOS
De acordo com um levantamento sobre acidentes com animais peçonhentos e
não peçonhentos em Rondônia feito pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde
(Agevisa), de janeiro a agosto deste ano, foram notificados 986 casos, e duas
mortes registradas.
Nos últimos três anos mais de 3.975 pessoas tiveram contato com vários
tipos de animais peçonhentos e não peçonhentos, 14 desse total foram
fatais. As serpentes são os animais peçonhentos mais comuns encontrados no
Estado, com 495 casos nos últimos três anos, seguidos dos escorpiões, onde
foram registradas 206 ocorrências.
Ana Flora Gerhardt, diretora-geral da Agevisa, explica o papel da
agência em relação aos acidentes envolvendo animais peçonhentos em Rondônia.
“Temos um banco de dados com informações sobre o tipo de acidente, o animal e
qual município do Estado foi registrado. Esses dados nos ajudam a pensar em ações
específicas para serem desenvolvidas por região”, explica a diretora.
PREVENÇÃO
A higienização, desratização e dedetização são ideais para manter esses
animais longe de quintais e residências, bem como o uso de proteção nas brechas
de portas e janelas.
De acordo com Luzanira Morais, coordenadora da Gerência Técnica de
Vigilância Ambiental (Gtvan), Agevisa, algumas medidas podem ser adotadas para
evitar acidentes com animais peçonhentos. “O principal cuidado é manter a área
próxima à residência limpa. Mesmo se a moradia for em área rural, é importante
manter a área próxima a casa livre de entulhos. Evite colocar a mão em buracos
e mexer em tijolos”, alertou.
Escorpiões estão em segundo lugar em números de acidentes |
A coordenadora fez ainda recomendações para a limpeza de quintais.
“Limpeza de áreas, o ideal é o uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPI), como calçado fechado, de preferência botas, para andar ou trabalhar no
mato e luvas grossas, quando for manipular palha, lenha, entulho (lixo) e
folhas secas”, especificou.
O QUE FAZER
Em caso de acidentes com animais peçonhentos, é preciso procurar o
serviço de saúde mais próximo e o mais rápido possível. O Centro de
Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) em Porto Velho é referência nestes
tipos de acidentes.
“É importante que a vítima, se conseguir, leve o animal com segurança
até o local de atendimento, para que o profissional de saúde saiba qual soro
antiofídico será administrado no paciente. Diferente de casos de picada de
aranhas, em que o soro é universal”, finaliza o major Iranildo.
O Corpo de Bombeiros Militar orienta à população, caso
encontre algum animal peçonhento, entrar em contato pelo telefone 193 para
fazer a remoção do animal com segurança.
Fonte
Texto: Marina Espíndola e Mineia Capistrano
Fotos: Daiane Mendonça e Marcela Ximenes
Secom - Governo de Rondônia